A atividade integrou a programação da “24.ª Semana Justiça pela Paz em Casa”, promovida pelo TJAM, e levou aos estudantes palestra com o tema: “Precisamos falar sobre Relacionamentos Abusivos”.
Estudantes da Escola Estadual ngelo Ramazzotti, no bairro de Adrianópolis, zona Centro-Sul, tiveram uma manhã diferente nesta quarta-feira (16/09). Eles receberam as atividades do “Projeto Maria vai à Escola”, ação que aconteceu no auditório da unidade educacional e foi organizada pelas Equipes Multidisciplinares do 1.° e do 4.º Juizados Especializados no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (“1.º e 4.º Juizados Maria da Penha”), como parte da programação da “24.ª Semana Justiça pela Paz em Casa”.
O programa é idealizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), acontece em Tribunais de todo o País e, no TJAM, tem à frente a Coordenadoria Estadual das Mulheres em Situação de Violência (Cevid), coordenada pela desembargadora Graça Figueiredo.
Pelo Núcleo de Assessoramento da Coordenadoria Psicossocial que atende o 1.° e o 4.° Juizados Maria da Penha participaram da atividade nesta quarta a psicóloga Suzy Azêdo, a assistente social Deniglesia Nascimento e as estagiárias Juliane de Souza Brandão e Queren Castro. A atividade foi acompanhada pela representante da Coordenadoria Distrital 03 da Secretaria de Estado da Educação e Desporto Escolar (Seduc), Suziane Silva,
Os alunos acompanharam a palestra com a temática “Precisamos falar sobre Relacionamentos Abusivos”; participaram de um quiz com perguntas sobre relacionamentos abusivos ou saudáveis; prestigiaram a exposição “Não Vista Essa Camisa”, que traz dizeres alertando contra a violência doméstica e familiar e; receberam a cartilha “Falando de Relacionamento Abusivo”, que é distribuída durante as atividades do projeto.
E em tempos de rede social, os alunos do ngelo Ramazzotti, dando exemplo de conscientização, acompanharam atentamente as atividades e deixaram claro que vão compartilhar fotos e vídeos do evento nas suas redes sociais para alertar a sociedade para o problema representado pela violência de gênero. É o caso dos alunos Alícia Raqueli Cavalcante de Andrade, Eliandra Gomes Ribeiro e Guilherme Rodrigues, todos com 15 anos de idade e alunos do 1.º ano do Ensino Médio.
“O projeto é muito importante para podermos identificar um relacionamento abusivo. As frases que estão estampadas nas camisas expostas aqui na escola, principalmente, ajudam nesse sentido, nesse papel, porque muitas sofrem nesse sentido e não conseguem identificar. É preciso conscientizar. Estou fazendo fotografias do evento no meu celular e vou compartilhar no Instagram, pois isso é legal para difundir para a sociedade a importância e fazer com que mais pessoas tenham conhecimento”, disse Alicia, com o seu aparelho celular a postos.
“Acho que eventos como esse são de extrema importância, pois são uma forma de conscientizar as pessoas e para sabermos distinguir o que é um relacionamento tóxico e o que não é. Muitas das vezes a mulher é obrigada a aceitar qualquer exposição de violência só porque é uma cena de ciúme ou algum tipo de insegurança que o homem sofre, sendo que é totalmente ao contrário. O respeito deve ser dado a todos e, principalmente, à mulher”, comentou Eliandra Ribeiro, fotografando a exposição das camisas alusivas à campanha.
Já para Guilherme, é de extrema importância alertar para o problema dos relacionamentos abusivos pois “há pessoas que não têm consciência dos seus atos, e quem sofre é a mulher; e as redes sociais são importantes para difundirmos essa luta contra a violência”.
Trabalho preventivo
A assistente social Deniglesia Nascimento informou que o objetivo do projeto “Maria Vai à Escola” é realizar um trabalho preventivo perante os jovens. “Este é um trabalho preventivo que a equipe realiza nas escolas públicas estaduais e municipais desde 2012 e a cada ano temos tentado melhorar a estratégia de trabalho, verificar novas temáticas para trabalhar com esse público e, desde o ano passado, temos trabalhado essa questão dos relacionamentos abusivos, tendo em vista que esse público já está em fase de namoro, de relacionamentos, e sabemos que a violência está presente nesse contexto, bem como o fruto da violência, que é a desigualdade de gênero, também está presente aí”, explica ela.
Para a psicóloga Suzy Azêdo, o projeto Maria Vai à Escola tem o propósito de levar as informações visando a ampliar o conhecimento sobre a dinâmica da violência, que está presente nas relações interpessoais e íntimas. “E esse público, formado por jovens estudantes, está em um momento muito delicado da construção da sua identidade, uma fase considerada muito crítica. É importante chegarmos com essa atividade visando a ampliar a consciência dos jovens sobre a dinâmica da violência, até porque em uma relação que se estabelece mais íntima, como um namoro, pode haver amor e carinho, como também violências psicológica, moral e sexual. E os jovens precisam estar munidos de conhecimento para gerenciar esses riscos”, analisa a psicóloga.
Para a representante da Seduc, Suziane Silva, a parceria com o Tribunal de Justiça, enquanto atividade nas escolas, é muito importante porque leva a conscientização e a sensibilização aos adolescentes. “Esse tema é importante e permite a eles que procurem ajudar se precisarem, ou possam ajudar alguma familiar ou amiga que esteja sofrendo algum tipo de violência, a buscar ajuda e saber onde encontrá-la”, conta a educadora.
A gestora da Escola Estadual ngelo Ramazzotti, professora Ivana Borges, destacou que a ação do Poder Judiciário representa uma inciativa muito importante para desenvolver, nos alunos, “a conscientização sobre a importância do respeito e da valorização independente do sexo; o respeito mútuo entre as pessoas, reconhecendo o espaço da mulher na sociedade hoje e sua valorização”.
Ações
Além da atividade do Projeto Maria vai à Escola levada à Escola ngelo Ramazzotti, várias outras ações foram programadas pelas equipes multidisciplinares dos Juizados Maria da Penha para o período da “24.ª Semana Justiça pela Paz em Casa”.
Na segunda-feira (14/08), as equipes realizaram uma ação de rua, com a distribuição de folhetos informativos, que percorreu o Terminal de Integração da Avenida Constantino Nery (T1) e áreas da feira da Manaus Moderna, incluindo o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, alertando para a importância do combate à violência contra as mulheres.
Em apoio às audiências judiciais marcadas para o período, as equipes multidisciplinares estão atuando no acolhimento das partes processuais, promovendo rodas de conversa com grupos de homens e mulheres (em separado), entre outras ações.
Paulo André Nunes
Fotos: Marcus Phillipe
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