O Seminário, que registrou mais de 350 inscrições, teve programação dividida em dois dias, com a participação de servidores, estagiários e magistrados do TJAM, além de estudantes universitários.
As atividades do segundo dia do seminário foram abertas pela desembargadora Onilza Abreu Gerth, vice-presidente da CPEAMSD/TJAM, com a presença da juíza do TJAM, Luciana da Eira Nasser, presidente Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, Assédio Sexual e Discriminação no âmbito do 1.º Grau, do juiz do TJAM Saulo Góes Pinto, coordenador-geral de Cursos da Esmam, e do juiz Sandro Nahmias Melo, titular da Vara do Trabalho de Presidente Figueiredo, .
Palavras têm o potencial de fazer mal. No entanto, em muitos casos, isso é relativizado, como se o único ato fosse o físico. Tudo o que é dito, no entanto, tem poder e tem um efeito sobre os outros. Esses aspectos e a importância da comunicação não violenta, foram abordados na palestra que encerrou, na sexta-feira (05/05), o seminário sobre “Enfrentamento ao Assédio Moral, Sexual e à Discriminação”, organizado pela Escola Superior da Magistratura do Amazonas (Esmam), a Escola Judicial do Tribunal de Justiça do Amazonas (Ejud) e pela Comissão de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, Assédio Sexual e Discriminação (CPEAMSD/TJAM), no Auditório do Tribunal.
A palestra foi proferida por Blenda Shelita Naice Abrahão, mestre em Gestão de Empresas – Certificação internacional pelo ISCTE- Europa, MBA em Gestão de Empresas pela FGV e Administradora Especialista em Gestão de Negócios e Gestão de Marketing.
Método criado pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, a Comunicação Não Violenta (CNV) é uma abordagem que visa à promoção de relacionamentos e trocas mais sinceras, empáticas e respeitosas. Livrar-se dos julgamentos, críticas e rótulos tradicionais, além de promover a escuta ativa são apenas duas das bases essenciais para que a CNV seja bem-sucedida. Sua denominação tem como referência as resistências não violentas promovidas por dois grandes nomes históricos, Martin Luther King e Gandhi.
Blena destacou a existência de pesquisas comprovando que, nas instituições em que a Comunicação Não Violenta é praticada, seja no setor privado ou público, o ambiente de trabalho melhora e as relações entre as pessoas são aprimoradas. “Os casos de assédio diminuem”, pontou a especialista.
Segundo a palestrante, “a Comunicação Não Violenta é quando saímos daquele período em que se falava de comando e controle, punições e assédio. Ela envolve uma comunicação mais colaborativa e cocriativa, na qual nos conectamos e abordamos os assuntos com leveza. É por meio da comunicação que convivemos e, naturalmente, surgem conflitos. A Comunicação Não Violenta consiste em ouvir acima de tudo, pois só nos comunicamos efetivamente quando somos bons ouvintes. Ela é caracterizada por empatia e autenticidade na comunicação”.
O que é comunicação não violenta
A palestrante ressaltou, ainda, que a CNV transforma o conceito de que o funcionário, ou empregado, deve “deixar os problemas do lado de fora da empresa”. “Não conseguimos deixar os problemas do lado de fora e entrar para trabalhar. A CNV nos permite reconhecer nossa vulnerabilidade e trabalhar com ela dentro das organizações. É importante que todos entendam que somos vulneráveis, que temos sentimentos e necessidades, e precisamos lidar com eles para ter um ambiente de trabalho feliz. Quando trabalhamos felizes, os resultados são melhores”, frisou Blenda Shelita.
O papel de Rosenberg, durante essa conturbada transição, era ensinar mediações e técnicas de comunicação. Nesse contexto, ele elaborou o método da Comunicação Não Violenta (CNV).
No início dos anos 60, durante o auge do movimento a favor dos direitos civis e contra a segregação racial nos Estados Unidos, o psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg atuava como orientador educacional em instituições de ensino que eliminavam a segregação.
A técnica é baseada em competências de linguagem e comunicação que auxiliam na reformulação da forma como cada um se expressa e ouve os demais. O pesquisador propõe que, com a CNV, as respostas a estímulos comunicacionais deixem de ser automáticas e repetitivas e passem a ser mais conscientes e baseadas em percepções do momento, por meio da observação de comportamentos e fatores que tem influência sobre cada um. Por meio da escuta ativa e profunda, o método faz com que as interações ocorram com mais respeito, atenção e empatia, como defende o psicólogo.
Em seu livro homônimo, Rosenberg define a Comunicação Não Violenta como uma abordagem da comunicação, que compreende as habilidades de falar e ouvir, que leva os indivíduos a se entregarem de coração, possibilitando a conexão com si mesmos e com os outros, permitindo assim que a compaixão se desenvolva. Quanto à expressão “Não Violenta”, o psicólogo faz uso da definição de Gandhi, se referindo a uma condição compassiva natural que aparece quando a violência é afastada do coração.
O Seminário, que registrou mais de 350 inscrições, teve início na quinta-feira (04/05) com a programação marcada por rodas de conversa sobre a temática do enfrentamento a práticas de configurem assédio moral, sexual e discriminação. Com plateia formada por servidores, estagiários e magistrados do TJAM, além de acadêmicos de Direito, o seminário marcou a programação alusiva à “Semana de Combate ao Assédio e à Discriminação”, instituída pela Resolução CNJ n. º 450/2022 e inserida na agenda permanente dos tribunais. O objetivo da Semana é intensificar iniciativas diversificadas, como rodas de conversa, treinamentos e produção de conteúdos, entre outras, para sensibilizar as equipes sobre a importância do combate ao assédio moral e sexual, e à discriminação no ambiente de trabalho.
Grande público
#PraTodosVerem – a foto principal que ilustra a matéria mostra o auditório do TJAM durante o segundo dia do seminário sobre “Enfrentamento ao Assédio Moral, Sexual e à Discriminação”, quando ocorreu a palestra de Blenda Shelita Naice Abrahão, sobre “Comunicação Não Violenta”. A palestrante aparece no palco, falando ao microfone, diante de uma numerosa plateia.
Ramiro Neto – Esmam
Com informações complementares: sites napratica.org e semprebem
Fotos: Chico Batata