O “3.º Simpósio de Serviço Social na área Sociojurídica: transformando a atuação para novas demandas” aconteceu nos dias 15 e 16 de junho e teve transmissão pelo YouTube.
Reunindo profissionais, pesquisadores e estudantes de Serviço Social, Psicologia e outras áreas correlatas, o Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas sediou na quinta-feira e sexta-feira (15 e 16/06) o “3.º Simpósio de Serviço Social na área Sociojurídica: transformando a atuação para novas demandas”. O evento foi promovido por meio do Centro Judiciário de Solução de Conflitos das Varas de Família (Cejusc-Famílias), em parceria com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e com apoio da Escola Judicial do TJAM (EJUD).
Participaram da abertura do evento a coordenadora da área Psicossocial Judiciária do TJAM, desembargadora Vânia Marinho; o juiz coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos das Varas de Família, Gildo Alves; a representante Departamento de Serviço Social da Universidade Federal do Amazonas, professora doutora Hellen Bastos Gomes; a representante do Conselho Regional de Serviço Social do Amazonas (CRESS 15.ª Região/AM), Idilva Gondim e a representante da Coordenadoria da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Amazonas (COIJ/TJAM), Jane Nagaoka.
Durante a abertura do evento, a desembargadora Vânia Marinho destacou a importância dos profissionais do TJAM que atuam no Setor Psicossocial do Tribunal.”A força de trabalho, a força de produção, a força da diferença está nas mãos das nossas assistentes sociais, dos nossos assistentes sociais, psicólogos e psicólogas que diuturnamente procuram tornar mais humanizado essa convivência da sociedade com as regras impostas por nós enquanto Poder Judiciário”, declarou a magistrada do TJAM. A desembargadora salientou, ainda, o caráter essencial desses profissionais no trabalho de minimizar a distância que muitas vezes afasta a sociedade do Poder Judiciário.
O magistrado do TJAM responsável pelo CEJUSC – Família, Gildo Alves, enfatizou o extremo significado do evento “para o fazer do Serviço Social no âmbito do Sistema de Justiça, como ciência que caminha junto com o Direito”. O juiz salientou a avaliação positiva acerca do trabalho desenvolvido no Centro Judiciário de Solução de Conflitos das Varas de Família. Para ele, “esta trajetória multiprofissional e interdisciplinar tornou-se efetiva a partir da experiência exitosa do Núcleo de Conciliação das Varas de Família, iniciada em em novembro de 2004, hoje rebatizada para Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos e Cidadania, em razão da política pública de autocomposição. Parabenizo a assistente social Carole Baraúna e sua equipe pelo compromisso e dedicação profissional e acadêmica” concluiu o magistrado.
Entre as palestrantes do primeiro dia de evento, esteve a professora doutora Dalva de Gois, que atuou como assistente social no Tribunal de Justiça de São Paulo. A professora apresentou a palestra “Desafios e Propostas no Espaço Sociojurídico: perspectivas do trabalho com famílias”, que abordou a temática da responsabilidade social dos tribunais ao tratarem de matérias que envolvam famílias em suas mais diversas configurações.
A pesquisadora frisou a importância da troca entre o saber acadêmico e o lugar onde são oferecidos os serviços.”Hoje, a pesquisa é quase exclusivamente feita no espaço acadêmico, mas é muito importante que ela seja feita também diretamente nos serviços, articulada com a academia e com outros espaços da sociedade”, destacou Dalva. Ela concluiu salientando que também é importante que as instituições “parem para pensar, sistematizar e aprofundar seu conhecimento e que essa articulação com a academia pode fomentar isso”, finalizou a estudiosa.
Para a psicóloga do TJAM Juliana Campos Afonso, que também palestrou no primeiro dia do evento, é relevante o Tribunal fomentar esses espaços de troca entre os profissionais de áreas distintas. “Nós seres humanos, temos uma existência bastante complexa e multifacetada e os profissionais não conseguem nos ajudar muito se estiverem cada um na sua caixinha pensando na gente enquanto um recorte”, disse a profissional. Em sua visão, é preciso refletir sobre como o Serviço Social e a Psicologia, além de outras áreas humanas, podem contribuir para que a atividade do Poder Judiciário seja mais digna e humana possível.
Jane Nagaoka, assistente social do TJAM lotada na Coordenadoria da Infância e Juventude (COIJ), que apresentou a experiência do projeto “Protegendo Filhos”, destacou também o caráter multidisciplinar que envolve o trabalho das unidades judiciais, em especial as que atuam com questões de família, infância e criminais. O projeto, que iniciou em 2019, busca promover a convivência familiar entre as mães e filhos de mulheres que estão em cumprimento de pena em regime fechado.
Jane destacou que precisam participar desses espaços de discussão todos os atores envolvidos no Sistema de Justiça de maneira a sensibilizá-los acerca da complexidade que envolve temas como esse.
“Os magistrados demandam desse olhar dos profissionais de Serviço Social e Psicologia, porque ao tratar de uma mulher presa, ele precisa ser sensível ao contexto familiar onde a mulher está inserida” afirmou Nagaoka. “O olhar multidisciplinar é importante porque você vai perceber a situação dessa mulher, o contexto que ela vivencia, e de como a gente pode fazer essa articulação, seja internamente, no âmbito do Tribunal, entre as varas criminais e as varas da família, com as varas da infância e juventude, seja externamente, e nós, Poder Judiciário, precisamos estar diretamente vinculados a rede de proteção social”, finalizou a profissional.
Segundo dia de evento
Palestraram no segundo dia do evento a assistente social da Vara Maria da Penha do TJAM, Celi Cavalcante e a assistente social Luciete de Azevedo, representando o Conselho Regional de Assistência Social (CREAS) na mesa-redonda “Trabalho, criatividade e práticas alternativas”.
A segunda mesa-redonda teve como tema: “Mercado, relações de trabalho e rumos profissionais” e contou com a participação assistente social da Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) e professora da Universidade Federal do Amazonas, Andreia de Souza; da assistente social do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM), Silvania Silva; da coordenadora executiva do Conselho Regional de Serviço Social do Amazonas (CRESS 15.ª Região/AM), Sandra Alice Santos.
O evento encerrou com a premiação dos trabalhos que foram apresentados durante o seminário.
Transmissão online
O evento foi transmitido pelo canal da Escola Judicial do TJAM no Youtube e está disponível no link https://bit.ly/canalEJUD para que interessados também possam assistir às palestras e mesas-rodandas realizadas.
Igor Braga – Ejud
Fotos: Chico Batata
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