Suscitando a resolução de conflitos por meio do diálogo e da cultura de paz, a partir da parceria, o programa “Justiça Restaurativa” será levado a cinco unidades estaduais de atendimento, dentre as quais os centros socioeducativos: “Dagmar Feitosa” e “ Senador Raimundo Parente”.
O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) assinaram, nesta quinta-feira (14/09), um acordo de cooperação técnica por meio do qual, conjuntamente, providenciarão o desenvolvimento do programa “Justiça Restaurativa” em Unidades do sistema socioeducativo da comarca de Manaus.
Já aplicado em escolas do Amazonas, a “Justiça Restaurativa” consiste em uma técnica de solução de conflitos que, prezando pela cultura de paz, prima pela criatividade e sensibilidade na escuta das vítimas e dos ofensores.
O acordo de cooperação técnica foi assinado pela presidente do TJAM, desembargadora Nélia Caminha Jorge e pela titular da Sejusc, Jussara Pedrosa da Costa em solenidade que contou, também, com a presença do titular da Vara de Execução de Medidas Socioeducativas (Vems) e coordenador da Central de Justiça Restaurativa (CJR/TJAM), juiz Luís Cláudio Chaves e da secretária Executiva da Sejusc, Rosalina Moraes Lôbo.
O acordo assinado garantirá a instalação de núcleos de “Justiça Restaurativa” em cinco unidades estaduais de atendimento, sendo elas, os centro socioeducativos “Senador Raimundo Parente”; “Dagmar Feitosa,”; “Semiliberdade Masculino”; o “Centro de Internação Feminina” e a “Unidade de Internação Provisória / Masculino”. Também está prevista a instalação de um núcleo descentralizado no Departamento de Atendimento Socioeducativo (DASE).
Conforme o acordo de cooperação, as instituições parceiras – TJAM e Sejusc – desenvolverão parceria no sentido de fornecer materiais necessários ao funcionamento da estrutura das salas de círculos restaurativos e atuarão de forma conjunta para oferecer práticas restaurativas aos socioeducandos, seus familiares e comunidades atingidas pelos atos infracionais.
O juiz titular da Vara de Execução de Medidas Socioeducativas (Vems), Luís Cláudio Cabral Chaves, na solenidade de assinatura, reafirmou a importância do programa “Justiça Restaurativa” que chegará, agora, ao sistema socioeducativo. “Esta iniciativa é fundamental para que sejam implementadas as chamadas práticas restaurativas, por meio das quais, instruímos a sociedade para que conflitos possam ser resolvidos por meio do diálogo e da cultura de paz”, afirmou o magistrado.
Sobre a realidade regional do sistema socioeducativo, o juiz Luís Cláudio Chaves informou que “o Amazonas é o estado que tem o menor índice de ocupação no sistema socioeducativo e que apresenta o menor índice de reincidência, com apenas 6% dos adolescentes que cumprem medidas no meio fechado no estado voltando a cumprir outra medida”, disse.
Na oportunidade, a titular da Sejusc, Jussara Pedrosa enalteceu a parceria colaborativa entre os Poderes e afirmou que, a partir da união e do engajamento, a sociedade será a grande beneficiada, sobretudo com a redução da incidência de crimes cometidos.
Justiça Restaurativa
De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a “Justiça Restaurativa” é um conjunto ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de conflitos e violência, e por meio do qual os conflitos que geram dano, concreto ou abstrato são solucionados de modo estruturado.
A Política Pública Nacional de Justiça Restaurativa no âmbito do Poder Judiciário está delineada na Resolução nº 225/2016 do CNJ.
Sandra Bezerra
Foto: Chico Batata
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