O evento, cuja primeira parte aconteceu nos Estados Unidos, no mês de março, foi encerrado na última sexta-feira, no Amazonas.A seca histórica enfrentada pelo Amazonas em 2023, a inundação recorde que afligiu o Acre no início deste ano e a cheia que agora atinge duramente o Rio Grande do Sul não são eventos acidentais e isolados, “mas sim reflexos de um mesmo fenômeno – as mudanças climáticas – que não só gera milhares de vítimas imediatas, como compromete o ambiente que ficará para as próximas gerações”. Com este alerta, a desembargadora Socorro Guedes, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), encerrou oficialmente o Fórum Internacional da Amazônia “Dr. Adalberto Carim”, na última sexta-feira (24/5), em Manaus.
O evento, que também prestou uma homenagem ao juiz amazonense e ambientalista Adalberto Carim, falecido em 2022, teve a primeira parte realizada na Universidade Estadual do Sudeste do Missouri, nos Estados Unidos, entre os dias 18 e 20 de março deste ano, e foi concluído na semana passada, na capital do Amazonas. A desembargadora Socorro Guedes, presidente do Fórum Internacional da Amazônia, discursou no jantar de encerramento, reunindo especialistas e autoridades de diversas áreas que debateram a região Amazônica no evento.
Em sua fala, a magistrada mencionou o impacto positivo das atividades realizadas. “É com muita honra e satisfação que me dirijo a todos para encerrarmos oficialmente as atividades do Fórum Internacional da Amazônia. Foram dias de enriquecedoras palestras, mesas redondas e workshops em que autoridades e estudiosos se reuniram para compartilhar experiências e conhecimentos acerca da riqueza cultural, os desafios e a biodiversidade que marcam a nossa região”, afirmou Socorro Guedes.
“Na impossibilidade de citar ou sintetizar tudo o que foi debatido e aprendido, destaco a convicção de que o maior legado deste Fórum é a certeza de que os desafios que a Amazônia nos apresenta exigem uma abordagem multidisciplinar e que a cooperação para os enfrentar está ao nosso alcance”, continuou, enfatizando que o Fórum também proporcionou um os participantes brasileiros e americanos, com discussões focadas em problemas socioambientais e mencionou, ainda, a expectativa de que desse encontro surjam “diálogos construtivos e imprescindíveis” para lidar com questões que afetam a todos.
“Ao privilégio de termos tido acesso a estas informações e conexões corresponde a responsabilidade de darmos continuidade a esse movimento. O encerramento deste evento, portanto, marca a necessidade de prosseguirmos com os diálogos iniciados, os ampliarmos e os institucionalizarmos de modo a alcançarmos os mais diversos setores da sociedade civil e começarmos a produzir as mudanças concretas de que tanto precisamos”, pontuou, em seu discurso, alertando, ainda, ser fundamental trabalhar em prol da preservação da Amazônia que, assim como outras partes do Brasil e do mundo, já sofre os efeitos das mudanças climáticas, com eventos extremos cada vez mais recorrentes.
Homenagem ao juiz Adalberto Carim
A homenagem póstuma ao juiz e ambientalista Adalberto Carim, do TJAM, foi destacada como justa e devida, lembrando sua contribuição à conscientização e proteção ambiental. “Como disse certa vez nosso homenageado, ‘se desejamos vislumbrar um futuro salutar, se pretendemos combater o aquecimento global, temos que atinar para a importância da floresta em pé’”, citou Socorro Guedes.
No final, a desembargadora agradeceu aos organizadores e participantes do Fórum, mencionando especialmente a Universidade Estadual do Sudeste do Missouri, nos Estados Unidos, sob coordenação do professor James Newman, a engenheira de projeto Erleide Parente, e o Comando Militar da Amazônia (CMA), sob liderança do general de Exército Ricardo Costa Neves. “Reitero a minha honra e satisfação de ter participado deste evento, cujas atividades trouxeram um compromisso renovado em prol da preservação e da sustentabilidade da Amazônia. E encerramos com um momento de celebração e confraternização para reforçar que somente através do diálogo e da união de todos construiremos um futuro melhor”, concluiu.
Acyane do Valle
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