Ação multidisciplinar teve a parceria do Escritório Social da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, Ministério Público e defensoria pública do Amazonas, Conselho da Comunidade e Secretaria do Estado de saúde.
O Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF), do Tribunal de justiça do Amazonas (TJAM), realizou na quarta-feira (19/06) uma ação voltada à população LGBTQIAPN+ em privação de liberdade na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP). O objetivo foi promover um momento de escuta, buscando garantir direitos básicos, com atendimento jurídico e social aos internos.
A ação foi realizada em parceria com o Escritório Social da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), Ministério Público do Estado, defensoria pública do Amazonas, Conselho da Comunidade e Secretaria do Estado de saúde (SES).
Os internos tiveram acesso à revisão processual e a orientações jurídicas, atendimento social, verificação das condições aos pré-egressos (os internos que estão prestes a deixar a unidade prisional), além de palestras, oficinas educativas sobre direitos humanos e cuidados em saúde.
A juíza Juliana Arrais Mousinho, que integra a equipe de magistrados colaboradores do GMF/TJAM, afirmou que esta é uma ação pioneira no País. “A preocupação principal hoje é escutar a população LGBTQIA+ carcerária. Esta é uma iniciativa do Tribunal de justiça pioneira no Brasil, e não somente para proporcionar algumas oficinas a esses internos, mas principalmente escutá-los sobre as condições em que estão inseridos, quais são as demandas principais, o que PODE ser resolvido. É por isso que viemos com essa equipe multidisciplinar para atuar em todas as frentes”, disse a magistrada.
O juiz João Gabriel Cirelli Medeiros, que também integra o GMF/TJAM, frisa que mesmo privados de liberdade os internos não estão privados de direitos básicos. “A população privada de liberdade não perde os seus direitos, e no caso dos internos LGBT, algumas situações se agravam pelas peculiaridades dessa população. Então, a função dessa atividade que estamos trazendo à UPP hoje é entender em que medida essas condições peculiares agravam a situação de cumprimento de pena e o que PODE ser feito para minorar esses efeitos que são agravados. E o importante é isso, que o fato de estarem privados de liberdade não significa que estão privados de todos os seus direitos, e a custódia deve ser cumprida, a pena deve ser cumprida de forma digna, e é isso que se procura garantir”, destacou o juiz.
Samanta Cândido, de 35 anos, é interna da UPP e foi uma das pessoas que passou pelo atendimento jurídico e social na quarta-feira. Ele afirmou que foi importante e digno para ela participar da ação organizada pelo GMF. “Eu acho maravilhoso. Porque é como abrir as portas para nós. Estamos privados de liberdade e muitas coisas não chegam até nós. Então, com essa ação a gente vai ter conhecimento de muita coisa, de muitos direitos que a gente acha que talvez tenha perdido”, relatou.
O Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Prisional e Socioeducativo do Tribunal de justiça do Amazonas tem como supervisora a desembargadora Luiza Cristina Martins Marques e como coordenadora a juíza Ana Paula de Medeiros Braga Bussulo. A juíza Ana Paula explica que a atividade levada na quarta-feira à UPP integra a programação especial organizada pelo GMF/TJAM em alusão ao “Mês do Orgulho LGBTQIA+”.
A programação começou no último dia 13/06, quando o GMF/TJAM, com o apoio da SEAP, viabilizou a participação de custodiados no evento “Roda de Conversa sobre Combate ao Assédio e à discriminação contra a População LGBTQIAPN+”, realizada no auditório do TJAM, por meio de parceria entre a escola Judicial, a escola da Magistratura e a defensoria pública.
Nesta sexta-feira (21), a programação especial organizada pelo GMF/TJAM em parceria com as demais instituições, será levada ao Centro de Detenção Feminina, com atividades semelhantes às que foram desenvolvidas na quarta-feira, na UPP.
#PraTodosVerem: Imagem principal da matéria traz o registro fotográfico da ação voltada à população LGBTQIAPN+ em privação de liberdade na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) realizada pelo Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário (GMF), do Tribunal de justiça do Amazonas (TJAM), na quarta-feira (19/06). Na foto, falando aos presentes, utilizando um microfone, está a juíza Juliana Arrais Mousinho, que integra a equipe de magistrados colaboradores do GMF/TJAM.
Texto: Asafe Augusto
Fotos: Marcus Phillipe
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL / TJAM
E-mail: [email protected]
(92) 993160660