Documento afirma que instituição não tem metodologia capaz de determinar se foi realizado disparos recentes com a arma
MANAUS – Perícia do Instituto de Criminalística do Amazonas não conseguiu identificar se houve disparos recentes com o fuzil que foi apreendido com um dos suspeitos de participação no ataque a uma viatura que levava presos para audiência de custódia no Fórum Ministro Henoch Reis, no dia 6 de janeiro deste ano, em Manaus.
O laudo pericial ao qual o ATUAL teve acesso descreve que os fuzis estavam em condições de serem usados na realização de disparos, mas não há como descobrir se houve disparos recentes com eles. Os peritos relatam apenas que após municiar as armas com os cartuchos de calibres compatíveis “elas apresentaram eficiência para produção de tiros”.
Sobre a arma da marca Taurus, o laudo descreve que, “apesar de o número de série, originalmente gravado na lateral direita da armação, junto ao encaixe do carregador e na lateral direita do ferrolho, ter sido suprimido por uso de instrumento abrasivo, o número de série gravado na porção posterior da lateral direita do cano estava visível: ABH816263”.
“Com as armas enviadas a exame, foram efetuados disparos experimentais em estante próprio para este fim, obtendo-se seus estojos padrões (EP). Estes foram devidamente etiquetados e depositados no Setor de Balística Forense deste Instituto, para fins de futuras comparações balísticas, caso seja necessário”, diz trecho do laudo pericial.
Disputa por fuzil
Reportagem publicada em janeiro deste ano mostra que o fuzil é objeto de uma disputa judicial entre dois atiradores desportivos associados a um clube de tiro de Manaus, desde abril de 2021. Adilson Borges dos Santos e Nilson Buckley Borges contam versões diferentes sobre como arma foi parar na mão de um terceiro homem alguns dias após a venda.
O inquérito aponta que, após ser apreendida por policiais militares, a arma ficou sob a guarda do TJAM. Em novembro de 2021, após o juiz Luis Alberto Nascimento Albuquerque autorizar um policial civil a usar o fuzil, o agente foi ao depósito buscar a arma, mas foi informado que o equipamento não estava mais lá.